Primatas…? e se não fosse?

Oioioioi

tudo bem com vocês??

Pelas minhas andanças na internet eu achei mais uma ideia criativa e interessante: como seria se tivessemos evoluido de outro animal/grupo que não os primatas?

Baseada na obra do artista francês Charles Le Brun, que viveu no século XVII, o site Ultracurioso tentou responder essa pergunta; mas como o próprio site nos lembra, esse é apenas um olhar sobre as obras do autor, visto que a teoria da evolução ainda não tinha sido desenvolvida.

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Leão

Procurando na internet, não consegui achar nada confiável sobre essas suas gravuras, mas acredito que tenha sido uma forma dele representar cabeças humanas com formas que lembrem também outros animais; sem qualquer teoria evolucionista em mente.

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Uma das coisas que achei mais interessantes das gravuras é que todas as cabeças humanas tem traços gregos, inspirados nas esculturas gregas. Isso é normal, pois o período em que o autor viveu foi do renascimento, onde um dos principais ideais era uma volta ao clássico grego e romano como forma de reacender um passado comum à civilização europeia.

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Além disso, tem algumas que se você começar a reparar pela rua, você encontra alguém bem parecido, né? hahahah no fim, termos “vindo” de primatas não necessariamente nos faz tão diferentes assim de outros animais na fisionomia facial. 😛

E aí, o que acharam? Vocês já conheciam esse autor?? e suas gravuras?

Comenta aí 😉

Beijoss!

Diário de Viagem: Norte de Portugal e Galícia

OLAAA!

Primeiramente, eu queria me desculpar pois não estou seguindo meu plano. Vou explicar… meu computador tá pifando 😦 ele trava o tempo todo, tá muito difícil usar, e o rapaz que confio pra arrumar tá fora da cidade, então to esperando ele voltar. Tem dia que não consigo usar nada do note, porque só trava e trava e fico só reiniciando. Assim, tá bem difícil escrever e montar os posts. Mas não tem problema! vou postar sempre que der pelo computador do meu namorado ou o da minha mãe, e eu intercalo os posts do Projeto 1 por dia com esses diários de viagem 🙂

Bem, hoje vou falar um pouco da viagem que fizemos para Santiago de Compostela. Foram dois dias, um subindo até lá e outro descendo de volta pra Porto!

Vou falar seguindo a ordem das cidades por onde passamos!

norte de portugal e galiza

1ª parada: Viana do Castelo!

Viana do Castelo é uma cidadezinha que fica na região do Minho, em Portugal. Essa é uma região que tem muita coisa típica própria de lá, além de ter muita influência da Galícia e muitas vezes as pessoas falaram Galego lá também, não só português.

Desde o século XIII a cidade é um importante entreposto comercial, com um porto bastante movimentado. Hoje é considerada uma cidade pequena, de interior, mas é bem gostosinha.

Viana do Castelo teve vários nomes, mas praticamente todos tinham Viana – Viana da foz do Lima, Viana do Minho, Viana. Conta uma lenda que havia um barqueiro que se apaixonou por uma moça chamada Ana; ele passava todos os seus dias falando de Ana “vi a Ana! Vi a Ana do Castelo!” ou perguntando por ela “viu a Ana?” “sim, vi a Ana”. Dessa forma, acabou-se, com o tempo, sendo conhecida pela expressão “Viaana” e, então, “Viana”.

Minha experiência…

Por lá apenas passamos, e não gastamos muito tempo. No centro histórico estava tendo uma feirinha e eles tem um símbolo que chama “Coração de Viana”.

Ele é lindo e, tradicionalmente, feito de filigranas de ouro (trabalho com fios bem fininhos e bolinhas de metal). Mas hoje em dia fazem artesanato com essa imagem do coração em vários materiais, e tem coisas muito bonitas!

Segundo as histórias que eu ouvi, o coração vem das celebrações do Sagrado Coração de Jesus, quando chegaram à região no século XVIII. Mas eu realmente não achei nenhum lugar ou pessoa que me contasse isso de forma confiável ahhaha

Bem, em Viana do Castelo também tem o Santuário de Santa Luzia, que fica lá em cima numa montanha e tem uma visão privilegiada da cidade! Não é antigo, sendo da primeira metade do século XX, mas a arquitetura é bem diferente e lembra um pouco a gótica. Segundo a Wikipédia, ela reúne traços de três estilos: neo-românico, neo-gótico e bizantino, formas revivalistas típicas do período em que começou a ser planejada e construída: a virada do século XIX para o XX.

Essa região é também a região do Vinho Verde ❤ ❤ o único vinho que eu realmente gosto além do Mioranza hahahah É gostoso, mais suave que um vinho normal, é considerado branco por causa da cor, e tem umas bolhinhas tipo espumante! Vale muito a pena experimentar!

2ª parada: Ponte de Lima!

É uma cidadezinha bem pequena, na beira do rio Lima. O nome do local vem do nome do rio combinado com uma ponte maciça que existe desde pelo menos a época medieval. Foi por muito tempo considerada a unica passagem segura sobre este rio.

Dizem que a cidade foi criada por D. Tereza de Leão em 1125 e tem até uma estátua dela na cidade, com os dizeres que instauram a vila, em nome de seu filho. Assim, é a vila mais antiga de Portugal.

A minha experiência…

A ponte é linda, e imaginar que pessoas passam sobre ela desde o século XII, pelo menos, é muito louco.

Tava muito MUITO quente no dia e por isso não tava agradável ficar andando muito pela cidade. Mesmo assim, adoramos o que vimos.

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3ª parada: Pontevedra!

É uma cidade da região da Galícia (ou Galiza), na Espanha. Foi dominada pelos romanos e era um centro onde se cruzavam diversos caminhos, e onde tinha uma das pontes para atravessar o rio Lérez. Viveu do comércio e, em alguns momentos da história, do monopólio da produção de alguns produtos, mas só no século XIX que se tornou capital de distrito e um centro administrativo.

Minha experiência…

Essa cidade também passamos num momento de muito calor e em que tudo estava fechado! sério, queríamos comer, e nada estava aberto, foi um transtorno. Aquele papo de que na Espanha as coisas fecham para a siesta, sabe? verdade nessa cidade!

Tirando isso, ela tem um centrinho bonitinho, várias igrejas e prédios antigos. porque meu computador tá todo cagado, eu peguei fotos da internet.

Bem, não tenho muito mais pra falar dela. Seguimos viagem para Santiago…

4ª parada: Santiago de Compostela

Santiago é também um município da Galícia, e é conhecido por causa de sua catedral e do Caminho de Santiago, que falarei já, já.

Antes de se tornar uma grande cidade, com toda a importância religiosa e de peregrinação que carrega hoje, foi um povoado romano e, depois, com o fim do Império Romano, foi conquistada pelos suevos – grupo bárbaro germânico, com origem no Reno, que se instalou na região do norte de Portugal e da Galícia.

O túmulo de Santiago, o caminho e as peregrinações…

Eu ouvi uma história e li outra sobre porque há esse apego com Santiago na região.

A primeira que eu ouvi foi que em uma viagem, um homem religioso (não dizia se era apenas católico ou se fazia parte da estrutura da Igreja) estava cansado e teve que deixar para trás algumas coisas que carregava. Ele escondeu essas coisas para poder voltar e buscar depois. Quando voltou, não encontrava, até que viu algo brilhando e, quando foi atrás, era a imagem de São Tiago lhe mostrando o local correto onde estavam escondidas as coisas dele. Com isso, criou-se ali um altar/local de adoração, e passou-se a peregrinar para lá, seguindo os passos em busca de um milagre e de expiações.

A segunda diz que o apóstolo Tiago, junto com os seus discípulos, viajou até a península ibérica pregando a palavra de Cristo. No século IX um eremita e um bispo encontraram, em uma clareira, um sepulcro de pedra e, ali, três ossadas. O bispo identificou uma delas como sendo a de Tiago e as outras duas de seus discípulos.

O então rei das Astúrias foi, assim, para o local e mandou ali construir uma igreja e formar uma povoação, além de dar privilégios régios àquela comunidade. Com isso, ele é considerado o primeiro peregrino de Santiago e também cria, em torno da imagem do apóstolo, uma tradição muito forte.

Por toda a região do noroeste da península ibérica é possível ver relatos de aparição de São Tiago, principalmente para auxiliar os devotos em guerras: na expulsão dos mouros da península, nas batalhas contra os árabes na ocupação portuguesa do Marrocos no século XV e XVI, e até na cidade de Macapá, no Amapá, aqui no Brasil, a festa a São Tiago é típica e vem do período colonial, ainda.

Bem, por causa dos achados de São Tiago, o apóstolo (ou São Tiago Maior), a cidade se tornou ponto de peregrinação de pessoas de vários pontos da Europa. É daí que vem a ideia do “caminho de Santiago”. Esse caminho, na realidade, é um conjunto de caminhos, e não há a definição de um que seja o verdadeiro ou principal. Algumas pessoas falam do Caminho que vem da França, principalmente por causa da ideia de que foi o caminho que o próprio São Tiago percorreu na sua viagem, outros consideram o caminho português o verdadeiro, pois foi o rei das Astúrias, que dominava a região, que foi o primeiro peregrino e, assim, o caminho que ele percorreu deve ser o principal.

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Importa dizer que, ademais seu valor religioso, hoje em dia o caminho é percorrido por muitas pessoas por questões espirituais e culturais – eu mesmo conheço muitas pessoas que fizeram o caminho e não são católicas, ou são mas não são praticantes.

Minha experiência…

Bem, primeiro que Santiago é uma cidade muito turística, porque se somam os turistas normais, como nós, com os peregrinos, que são MUITOS. Voce os reconhece pois 1. eles estão vestidos com roupa de caminhada, mochilonas e umas estacas ou cajados na mão (do tipo que as estátuas e pessoas da foto abaixo estão segurando rsrs); 2. porque tão tudo com cara de cansado; 3. eles vão direto para a praça onde fica a catedral, e sentam de frente pra ela, é bonito de ver como as pessoas se sentem aliviadas e recompensadas pelo trabalho duro, e olha que é duro MESMO, ave.

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Bem, a catedral é linda, é de tirar o fôlego! e a praça onde ela fica também. MAS estava em reforma e as minhas fotos não ficaram boas ¬¬ mas peguei algumas na internet pra vocês:

Tem outros prédios históricos lá e o centro é todo bonitinho, as ruas típicas de uma cidade medieval.

O hotel que ficamos era bem longe do centro, mas já sabíamos disso e os planos eram irmos de carro mesmo, então foi de boas, mas não era um hotel para turistas normais ficarem, pois era longe MESMO.

5ª parada: Braga

Braga é a 3ª maior cidade de Portugal, e capital da região do Minho. Foi ocupada desde a antiguidade e há vestígios de ocupação celta na região. Enquanto cidade mesmo, foi fundada como Bacara Augusta, capital romana da região da Galícia, em homenagem ao imperador romano Augusto. Tornou-se também capital do reino Suevo depois da queda do Império Romano.

Foi dominada pelos mouros na ocupação da península ibérica por estes. Por causa da tradição religiosa da cidade, sendo sede de arcebispado e de arquidiocese. E, assim, ela é conhecida como a cidade das igrejas!

Minha experiência…

Braga é uma cidade bem bonitinha e bem gostosa, mesmo no calorão que estava quando chegamos lá! Tem realmente muitas igrejas, muitas mesmo, e são bem bonitas. braga tem também um jardim lindo na frente da prefeitura!

6ª parada: Guimarães

Guimarães é um distrito do município de Braga, e fica bem pertinho dela. Foi o primeiro centro de governo de Portugal e de onde saíam os exércitos da reconquista do território contra os mouros.

Minha experiência…

Bem, eu já tinha ido em Guimarães em 2012, bem como em Braga. Esse ano tava tão quente lá que a gente não tava aguentando, então conhecemos apenas o Castelo. Diferentemente de 2012, dessa vez a entrada era paga (2 euros) e ele tinha algumas estruturas de segurança dentro do Castelo que não tinha quando eu fui em 2012.

Andar pelo Castelo dá uma ideia de como era viver ali, mesmo que fosse apenas para defender/guerrear. Também dá uma ideia de como poderiam funcionar as coisas lá dentro, é muito legal. Eu entrei em vários castelos medievais nessa viagem e por mais parecidos que sejam, cada um é diferente do outro e dá novas ideias.


Bem, esse foi o resumão da minha viagem ao norte de Portugal!

Espero que curtam

Diário de viagem: Porto!

OI gentemm!

Hoje eu vou falar sobre a segunda cidade que fomos, Porto (Portugal). Também já postei fotos de lá aqui no blog, em Viagem pt. 02. Mas agora eu vou falar de lá mais detalhadamente.

Primeiro, Porto é linda! Não mais que Lisboa, mas é ❤ Porto tem bastante coisa pra fazer, principalmente por ser uma cidade com uma vida jovem e universitária muito grande, e que se orgulha bastante disso. Pra quem gosta de sair a noite, balada e bares, mas também pra quem gosta de comida boa e ambiente tranquilo, lá é ótimo.

Um pouco sobre o município…

Porto fica na região norte de Portugal e é a segunda maior cidade de Portugal, multicultural e muito turística. Está à beira do Rio Douro e teve sua vida e dinâmica sempre voltada à esse rio e à navegação.

A região de Porto, assim como a de Bragança, foi espaço de ocupação celta e depois romana; nessa época, chamava-se Portus Cale – que alguns dizem ter sido o que originou o nome do país. Por causa da ocupação Moura na península, a cidade foi reconquistada por volta de 999 d.C. e foi berço de vários reis portugueses, inclusive de D. Afonso Henriques (ou Afonso I), conhecido também como “O Conquistador”.

Porto teve ainda muita importância no decorrer da história de Portugal, tanto política quanto comercialmente. Foi de lá, por exemplo, que saíram as naus de Vasco da Gama, e também resistiu a vários cercos até meados do século XIX.

Minha experiência…

Primeiro, vou falar do meu hotel – aliás, doS meuS hotéIS heheheh. Em Porto, por causa de uma confusão com as reservas, nós ficamos em 3 hotéis diferentes. O primeiro e o segundo eram hostels, bem simples mesmo, mas em quarto triplo com banheiro só para nós (eu, minha mãe e meu irmão). Os dois eram na região bem central e, por isso, em prédios velhos e por dentro era só escada, e daquelas de caracolzinho bem estreita. Tirando isso, eram tranquilos, nada de muito bom nem de muito ruim. Aliás, tem uma coisa ruim: não tinha ventilador nem ar condicionado e a cidade tava um forno do cão (acho que todo Portugal estava hehehe).

Bem, segundo, o transporte em Porto. Lá, não precisa de transporte, porque dá pra fazer tudo a pé ❤ amo essas cidades europeias por isso, sério. Cê faz tudo andando, pelo centro todo, e é tudo velho, lindo e cheio de história. mas se precisar, o transporte funciona muito bem e é bem baratinho 🙂

Terceiro, a comida… ah, comida nham nham tem a tradicional Francesinha, que é um tipo de sanduíche típico de lá, que é uma delícia (em alguns lugares). Você encontra francesinha em todo lugar, mas em poucos ela é realmente boa, viu? Se você comer uma e não curtir, não desiste!

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Além disso, na Ribeira tem vários restaurantes e tem comidas típicas como bacalhau (À Brás é o meu favorito da vida, comi umas 500 vezes, e eu não gosto de bacalhau, viu?!), costelinha de porco e outras, além de muita sangria, o licor beirão e a Ginginha (um licor feito de uma prima-irmã da cereja) também.

Bem, vou falar alguns lugares que eu não deixaria de conhecer de jeito nenhum:

Centro histórico e ribeira: “Se perca” pelo centro da cidade, e faça tudo andando: Estação São Bento, Avenida dos Aliados, Torre dos Clérigos, Igreja do Carmo e a Universidade do Porto, chegando até os jardins do Palácio de Cristal.

Ande também pelas ruelas que ligam a Sé à Ribeira, que é uma experiência ímpar ❤ Na Ribeira, tire tempo para olhar o rio e sentir a vibração dos turistas no local, que é super movimentando, tem artistas de rua, restaurantes e muito movimento. Você pode comer por lá, andar pela praça da ribeira e pela rua São João, ou ir até a Ponte Luís I, que tem uma visão bem bonita do rio e da cidade. Dali, você pode subir de volta para o centro pelo funicular, que tem uma vista LINDA, tanto de dia quanto de noite.

Por fim, vá à rua de Santa Catarina, se quiser fazer compras!

Jardins do Palácio de Cristal: Bem, dá pra passar a metade de um dia nesse jardim, fazer pic nic lá, curtir os pavões e as feirinhas que sempre tem por lá (quando fui era de coisas naturais e sustentáveis), ou só procurar um lugar mais favorável como mirante, para tirar foto da vista do rio e de Vila Nova de Gaia, na outra margem.

O jardim é lindo, tem flores e plantas diferentes, e é enorme. Ele também é super alto e dá uma visão muito legal. Vale muito a pena!

Caves de vinho do porto: Esse ultimo passeio imperdível é em Vila Nova de Gaia, de frente para a Ribeira. Pegue o metrô para os Jardins do Mosteiro, que é um parque bonito, com uma vista também linda, e uma estação bastante diferente do metrô. De lá, você pode descer andando ou de bondinho, até a beira do rio.

Na beira, vocês encontre MUITOS restaurantes e passeios de barcos, além das diversas caves de vinho do Porto, onde o vinho é guardado e maturado (o vinho do Porto não é produzido em Porto, viu?!). Eu sinceramente não achei nada de mais o passeio dentro da cave, mas muita gente gosta, e normalmente no fim você tem degustação de vinho. Escolhemos a primeira que eu simpatizei e realmente era boa (dizem que tem umas que são bem ruinzinhas, não seja muito murrinha! pagamos 8 euros no passeio com degustação se não me engano,mas tem umas de 2 euros, e outras de 20!). Só o passeio pelo “calçadão” já é gostoso, e as barraquinhas de produtos para turistas (comidas, artesanatos, etc) também!

Bem, eu gostei muito de Porto dessa vez, mais do que das outras. Espero que vocês tenham gostado do que leram e do que viram hehehe

Beijosss

Diário de viagem: Bragança!

Gente, no primeiro post sobre os lugares que fui na minha viagem, vou começar por Bragança, sobre a qual eu já falei aqui.

É uma cidadezinha pequena de Portugal, a uns 30km da fronteira com a Espanha, sendo mais perto de Madrid do que de Lisboa heheh

Bem, é verão na Europa e em Bragança estava MUITO QUENTE, sério, muito mesmo – mas no período de inverno lá costuma também nevar, e pelas fotos que vi, ela fica linda no inverno. Olha só:

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Retirada do blog eskinasekantos

Um pouco sobre o município…

Bragança fica na região de Trás-os-Montes, norte de Portugal. O território da cidade já é ocupado desde o século II a.C., quando os grupos Celtas que viviam ali a batizaram de Brigância, passando a se chamar Bragança pois o nome original foi se latinizando.

A região foi ocupada, além dos Celtas, por Romanos também, e foi espaço de disputas com Mouros e também com Espanhois. Já sob poder de portugueses, foi um espaço de importância para Portugal nas disputas territoriais com Espanhois, por estar muito perto da atual fronteira.

Minha experiência…

A cidade é bem pequena, gente, e dá pra você fazer basicamente tudo no centro histórico a pé. A região de Bragança tem muito de turismo natural com praia de rio e parques e outras vilas bonitinhas, mas aí pra isso é preciso ter carro.

Eu fiquei hospedada no Hotel Estalagem Turismo, que fica em cima de um morro bem longe de tudo da cidade. Os quartos são bons, mas ele não é tudo que diz no site não, a piscina é pequena igual aquelas pra crianças e o acesso a ela é pelo lado de fora do hotel, fica meio longe pra usá-la e depois ir pro quarto tomar um banho, além de ficar meio isolada χ a wireless é só nas áreas comuns mas 99% do tempo não pega χ O atendimento é bem grosseiro, depois a moça melhorou quando a gente reclamou com a dona sobre isso χ – mas o atendimento da dona foi bem solícito  O restaurante tem um preço justo, comida gostosa e cada prato dá tranquilamente para duas pessoas, ponto positivíssimo  Táxi de lá para o centro dá uns 5 euros, o que é barato para nós (aqui em Brasília qualquer 5minutinhos dá 30, 40 conto)  O quarto é bom, as acomodações, o chuveiro, a cama 

Bem, o que tem pra ver e fazer em Bragança? O castelo! O castelo lá é bem legal, é bonito e dentro das muralhas tem várias casas e barzinhos, um jardim bem bonito, além de museus e o próprio castelo que dá pra visitar. Andar por cima das muralhas também é muito legal e dá uma visão linda da cidade!

Uma curiosidade: Na parte de dentro das muralhas do castelo tem um edifício chama Domus Municipalis, que significa Casa Municipal. Apesar do nome ter esse significado e o prédio realmente ter sido usado como sede municipal e da administração de Bragança no século XIX, ele não foi construído com essa finalidade, e sim como uma grande cisterna para guardar água principalmente da chuva.

Porém a maior curiosidade está no fato de ele ter sido construído no século XII por civis! Ele é o único exemplar de construção medieval que não foi sancionada e coordenada pelo Rei, um nobre ou algum funcionário real. Sentindo a necessidade de uma construção que auxiliasse na captação e armazenamento de água para a população, a própria população construiu o Domus. E há 2 pontos ainda mais interessantes: 1. o modelo da arquitetura usada no Domus – românica -, com toda a precisão arquitetônica, tendo sido concretizado por populares, pessoas que não tinham, teoricamente, o conhecimento necessário pra isso; 2. o fato de as pedras utilizadas no Domus não são encontradas no solo ao redor do Castelo, e sim foram trazidas de longe para construir esse prédio que acaba se distinguindo de todo o resto. Pelas fotos vocês podem ver:

Imagina carregar e trabalhar aquelas pedras retinhas do Domus? Hoje é até díficil a gente imaginar. Segundo a guia que nos explicou tudo isso que falei aqui pra vocês disse que não se sabe porque eles decidiram usar esse outro tipo de pedra, que era maior, mais pesada e se encontrava mais longe.

Além do Castelo, Bragança também tem um centrinho histórico que é a região da Praça Camões e da Sé de Bragança. Eu não consegui ver muito porque tava na época da eurocopa e Portugal tava na semi final, e por isso essa região tava toda ocupada por telões, barraquinhas e cadeiras pras pessoas verem os jogos, mas é uma região gostosa, com as típicas pastelarias portuguesas (que são nos moldes que no Brasil chamamos de padarias, com mesinhas e você pode comprar salgados, bebidas ou outras coisas e comer lá mesmo, sabe?) pra gente sentar, conversar e dar um tempo.

Basicamente, é isso. Lá não tem muita coisa não e é uma cidade que eu iria numa viagem de carro, que a gente passa em várias cidadezinhas diferentes rapidamente. Realmente eu não iria lá pra um turismo mais longo.

Bem, como eu estava em um Congresso acadêmico, eu participei de um evento social que foi organizado por eles, que foi uma visita à Régua e Pinhão, com um passeio de barco pelo rio Douro e uma visita a uma fábrica de vinhos. Porém, nem em Régua, nem em Pinhão, a gente conseguiu conhecer nada da cidade. A beira do rio, nas duas cidades, é muito bonita, mas não tivemos tempo – nem muito ânimo, com o calorão – de apreciá-las.

Bem, foi isso, gente. De Pinhão nós fomos pra Porto, mas isso vou contar pra vocês outro dia.

Beijosss

“Vestidas para agardar”

Não é de hoje que a sociedade impõe padrões de beleza às mulheres.

Barriga chapada, alisa o cabelo, pinta esse beiços, menina! faltou tirar os pelos.

O número de mulheres que buscam cirurgias plásticas e tratamentos cosméticos cada vez mais caros e tecnológicos para tratar imperfeições cada vez mais imperceptíveis aumenta em progressão geométrica a cada ano.

Agulha de um lado, bronzeamento de outro, cuidado com as manchinhas, pele lisinha, tira ruguinha, estica daqui e repuxa dali, um pouco de máscara pra descansar!

Porém esse fenômeno não é novo, ele tem uma semelhança muito grande com o século XIX. Eneida Queiroz escreve, em um artigo da Revista de História da Biblioteca Nacional, sobre as semelhanças entre o espartilho e os silicones e enchimentos da atualidade.

Enche, empina, endireita . Comissão de frente, cintura de pilão. Barriga chapada, bundão.

“As estruturas rígidas e os enchimentos das roupas femininas na segunda metade dos oitocentos, momento de paroxismo da erotização do vestuário, têm origem em peças mais antigas. No Antigo Regime, o barroco e sua vertente mais rebuscada, o rococó, ainda ditavam moda nos trajes de baile da corte francesa, como os de Maria Antonieta (1755-1793). Vestidos com ancas laterais conhecidas como pannier – estruturas de barbatana de baleia ou galhos de vime – ampliavam as saias vários metros para cada lado. Antes deles, na nobreza espanhola do século XVII, as saias eram suportadas pelo farthingale, visível nas damas dos quadros de Velasquez (1599-1660).”

 

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Imagem do Museu da Moda, área da moda rococó influenciada por Maria Antonieta
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Imagem de Isabel de Bourbon, futura Rainha d’Espanha, feita por Rodrigo de Villandrando. Mostra o formato do vestido com Farthingale completo e a saia em cone.

“Ao longo dos anos 1820 e 1830, as saias eram rodadas e as damas da elite almejavam recheá-las usando muitas anáguas de diferentes tecidos, o que obviamente tornava a roupa pesada e dificultava a locomoção. O que se pretendia com o encontro de um espartilho com uma saia em forma de domo? Mulheres de cintura fina e quadril largo, ainda que escondidos sob a saia, mas sugeridos por sua amplitude. A sistemática exibição de um corpo feminino erotizado começava a tomar forma, mesmo que de maneira hipócrita e velada.”

Sorriso velado, olhar 43. Sedução. Jogo, mas não demais. Dá uma ideia, mas não demais. tudo um pouco, mas não demais. Pouco, difícil. Muito, puta, não vale nada.

Com o tempo a moda muda, mas o ideia de que a roupa demonstra status não. Seja status social ou econômico, cabe sempre, no decorrer da história eurocêntrica ocidental, à mulher se adequar a um papel imposto de uso de vestimentas com significados que vão muito além do que realmente vestir. Para ler mais sobre as vestimentas no decorres da história, veja a matéria completa aqui.

“O Ocidente assistiria a momentos de racionalização da roupa, preconizados por grupos como os pré-rafaelitas na Inglaterra, que baniram espartilhos, e como as sufragistas, que usaram a calça comprida bloomer a partir da década de 1850, mas foram exceções que não encontraram esteio na sociedade até as primeiras décadas do século XX.
Oprimidas ontem pelo patriarcalismo e hoje por seus vestígios ainda arraigados na mídia “photoshopada”, as mulheres seguem, em grande parte, com a autoestima baseada na aceitação dos homens.”

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Suffragettes usando calças bloomers.

Viagem pt. 03

Esse post vai ser maiorzinho, pois to aproveitando o computador do meu irmão para postar! Vou falar de todo o resto da minha viagem por Portugal! Bora?

Bem, depois que saímos de Santiago de Compostela (para quem não viu, clica na pt.02 e curte lá!) nós descemos de volta para Portugal, e passamos em algumas cidades antes de chegar em Porto – íamos passar em mais, mas tava MUITO quente e não aguentamos, queríamos logo um banho e dormirrrr. No dia seguinte descemos para o sul até Coimbra. Confere aí:

A primeira que passamos na volta foi Braga, a 3a maior cidade de Portugal, e cidade das igrejas!

Depois fomos em Guimarães, pertinho de Braga e tem um castelo medieval considerado um dos mais bonitos de Portugal. Tava muito quente e a gente não aguentou andar muito não, então só fomos nele e fomos embora!

No dia seguinte fomos até Coimbra direto, sem parar:

Depois seguimos para Viseu e para o castelo de Linhares da Beira, uma vila com não mais que 300 habitantes, no meio das montanhas, na beira da Serra da Estrela.


Bem, gente, é isso. Eu AMEI esse ultimo castelo, muito legal, calmo, bem paraíso mesmo, sem muita intervenção do homem mas com informações turísticas direitinho para nos situar! Vale a pena ir, mas tem que ser de carro!

Roteiro de Viagem!

Oi gente!!! Vim contar pra vocês uma coisa com a qual estou mega animada: minha viajem!
Vou contar pra vocês nesse post o roteiro que montei, com imagens e tudo mais! Não vou colocar datas, horários e nomes de hotéis por segurança, ta gente? Eu sou meio psico com essas coisas!

Bem, vamos começar! 😉

roteiro completo com logo
As linhas em vermelho são viagens de avião; em verde, de ônibus; em verde-claro, de trem; e em roxo, de carro. Nas próximas imagens vai dar pra ver melhor!

Brasília-Lisboa-Madrid

1. BSB-LIS-MAD com logo

Bem, tudo se inicia, claro, na cidade onde moro. Então a primeira rota vai incluir Brasília, né?!! Vou sair daqui e nosso vôo é pra Madrid, mas vai direto pra Lisboa primeiro. Ficaremos em Lisboa algumas horas e eu vou aproveitar pra ir em alguns lugares importantes pra mim ❤ como a região da baixa-chiado, do Rossio e da R. Augusta.
Chegando em Madrid teremos poucas horas também antes que fique noite. Teremos também que descansar pois no dia seguinte sairemos cedo. Vou tentar em no Museu Reina Sofia, passear um pouco pelo Parque del Retiro ou na região da Porta do Sol. (Pra quem não sabe, eu já conheço Madrid e por isso tenho ideia de onde quero ir sabendo que tenho pouquinho tempo livre)

Madrid-Tordesilhas-Bragança

2. MAD-TOR-BRA com logo

Bem, saindo de Madrid a gente vai de ônibus para Bragança passando por Tordesilhas. Lá, vamos ficar algumas horas para passearmos e almoçarmos. Eu tô ansiosa para ir em Tordesilhas pois, como historiadora especialista em Brasil Colônia, é um local bastante simbólico para a história moderna e colonial!

Bragança-Pinhão-Porto

3. BRA-PIN-POR com logo

Ficaremos alguns dias em Bragança para um congresso e depois vamos de bus para Pinhão, fazer um passeio com o pessoal do congresso, chama visita social. Ela dura um dia e no fim do dia pegaremos um trem de Pinhão para Porto, onde encontraremos meu irmão!

Porto-Santiago de Compostela-Porto

4. POR-SAN com logo

Ficaremos alguns dias em Porto, que eu já conheço e vou auxiliar nos passeios! Vamos tirar dois dias para alugar um carro e subiremos até Santiago de Compostela, passando por algumas cidades tanto em Portugal como na Espanha. Sou louca pra conhecer Pontes de Lima, que dizem que é muito linda! Terra do vinho verde! ❤

Porto-Londres

5. POR-LON com logo

Bem, depois da nossa estadia em Porto, eu vou pra Londres com meu irmão, de avião dessa vez! Vou ficar cerca de uma semana lá, aproveitando que meu irmão está morando lá e não precisarei pagar hotel ;P

Londres-Stonehenge-Bath-Londres

6. LON-STO-BAT-LON com logo

Uma viagem que vou fazer com certeza quando estiver lá é para Stonehenge, e vou aproveitar e passar em Bath, uma cidadezinha pequenininha e medieval, que dizem ser muito bonitinha e antiga, do estilo que eu gosto mesmo. To ansiosa demais e vai ser o primeiro trajeto que eu farei sozinha! hahah dá um friozinho na barriga!

Londres-Berlim

7. LON-BER com logo

Bem, depois da temporada em Londres eu irei pra Berlim encontrar um amigo que vai estar morando lá. Ele vai fazer intercâmbio de verão em Berlim e volta pro Brasil só em setembro. Infelizmente não deu certo para eu ficar no mesmo local que ele pois ele teve problemas com alojamento lá e eu precisava fechar minha viagem, mas pelo menos terei companhia para alguns passeios e alguém que entende alemão para me ajudar hehehe E ele é filósofo e adora história, e gosta do mesmo tipo de turismo que eu gosto, então vai ser legal passear com ele por lá! 😀

Berlim-Potsdam-Berlim

8. BER-POT com logo

Em um dos dias que eu estiver em Berlim nós vamos a Potsdam, uma cidade nos arredores de Berlim que tem como termos acesso a um campo de concentração da época nazista. Acho que não importa o quanto estudemos esse período da história, não há nada que nos afete mais do que a experiência prática de visitar o espaço e ver certas coisas com os próprios olhos! Esse foi um passeio que eu fiz questão de fazer quando estava montando o roteiro com meu amigo!

Berlim-Praga

9. BER-PRA com logo

Bem, aí eu tinha que voltar pra Madrid pra voltar pra Brasília e… de Berlim pra Madrid estava MUITO CARO, tipo, ABSURDAMENTE CARO. Eu tinha algumas possibilidades: Paris, Bruxelas e… num é que me apareceu Praga? algumas coisas me fizeram escolher este lugar:

  1. o fato de ser uma viagem de onibus (as outras eram de avião e eu tenho pavor, quanto menos, melhor)
  2. o fato de ser uma viagem de madrugada e aí eu não preciso pagar uma diária 😛
  3. o fato de por causa dos horários das viagens me possibilitarem ficar mais tempo nesse lugar do que nos outros dois!
  4. o fato de ser Praga e eu ser louca pra conhecer lá ❤ Leste Europeu é tipo um sonho!

Praga, aí vou eu!

Praga-Madrid

10. PRA-MAD com logo

Bem, de volta a Madrid, vou passear mais um dia, descansar bem no hotel, para poder voltar para casa no outro dia.

Madrid-Brasília

11. MAD-LIS-BSB com logo

E aqui acaba minha viagem! Volto pra Brasília cheia de coisas pra contar e com vontade de voltar, pois eu amo demais viajar!

To muito ansiosa pra fazer tudo isso – e obviamente que eu queria fazer mais, mas a falta de dinheiro não deixa – mas em uma próxima eu vou conseguir! E claro, queria que meu amorzinho fosse comigo, mas o trabalho dele não permite tanta falta.


E aí, estão ansiosas junto comigo?!

Acompanhem meu blog nesse período que vão ter fotos e posts 🙂

beijos!

 

TAG – Scarlet Moon Blogger Award

Oi gente! Eu fui indicada pela Tati, do Livros e Fatos, para responder essa TAG há alguns dias, mas fui deixando passar por causa de outras coisas e agora sim, as respostas! Tati, brigada por acompanhar meu cantinho e por nos inspirar com suas dicas lindas e ótimas! E obrigada também por me indicar 😉

Eu achei essa TAG super profunda, menos material e adorei a ideia! Assim as tags ficam bem diversificadas e interessantes 🙂 Vamos me conhecer um pouquinho mais?!

  • Qual a sua melhor qualidade?

Acho que são duas, não consigo decidir entre as duas. Sensibilidade (não o aspecto de ser chorona, mas de saber ouvir, me colocar no lugar de outro com facilidade e profundidade) e organização (minha rotina é planejada, inclusive com espaço para mudanças e imprevistos sou extremamente organizada com meus afazeres, apesar de não ser organizada com meu quarto rs, além de ser super detalhista). Uma é mais da vida pessoal e a outra da vida de estudos e profissional.

  • Como lida com a solidão? Fez ou faz parte da sua vida?

Num lido bem não. Ela faz parte da minha vida e em certos momentos fez mais, mas eu fico triste e angustiada, e eu não sei o que fazer. Não gosto nem de almoçar sozinha, imagina lidar com a solidão, tenho vontade de dormir 4ever, sabe? A solidão me derruba.

  • Já abriu mão de algum sonho?

Não! Pelo menos não me lembro. Já tive que adiar, mas não abrir mão. Se eu tive, provavelmente é porque ele não era tão sonhado, pois nem lembro.

Minhas perguntas e minhas indicadas

O que te dá forças para continuar?

Qual o maior sonho que já realizou?

Já perdeu alguém? Como lidou com isso?

 

Vivimetalium

Este lado do paraíso

PetitLuxo

Quase que tudo

Ora Menina!

Blog da Jax

Precisamos falar sobre estupro

O nome do meu blog não é à toa. Escolhi esse nome por resumir minha vontade: dar opinião. Mas hoje as palavras faltam. Não faltam por serem poucas, faltam por serem muitas e não caberem nos espaços programados. Por não caberem na racionalidade que a vida e a escrita (me) cobram.

Essa semana uma adolescente foi estuprada por 33 homens que, além dessa barbaridade, filmaram e tiraram fotos do ato e após ele, ridicularizando-a, e postaram na internet. Confesso que isso foi tão brutal que eu não sabia nem como abordar os tema. Não porque fico sem jeito – pelo contrário, tenho fortes opiniões e posições sobre – mas porque as abordagens são múltiplas e tudo passa na minha cabeça em um segundo, e a todo segundo.

Eu poderia falar do quanto é absurdo esse ato desses homens, e poderia dizer que, diferente do que muitos pensam, não são doentes ou animais, são mesmo homens na nossa sociedade, em sua liberdade de homem. Eu poderia falar das questões psicológicas que envolvem vítimas dos diversos crimes simultâneos que a jovem sofreu, e como isso pode – e vai, porque ninguém é nem precisa ser forte assim – afetar a vida prática dela mas também a minha, a sua, a da sua mãe, sua irmã, sua avós, sua tia, sua filha, suas amigas, colegas de trabalho etc.

Eu poderia amaldiçoar esses homens – e o faço a todo momento. Eu poderia chorar – e o fiz quando li pela primeira vez o caso. Eu poderia falar da cultura do estupro em que vivemos, e explicar que “cultura do estupro” é, resumidamente, o fato de nossa sociedade ter artimanhas para que violências contra as mulheres, principalmente a objetificação de cunho sexual, seja menorizada, ignorada, tratada como algo pouco significativo, como mimimi, enquanto os instrumentos de defesa das mulheres são ambíguos, parcos, fracos. É a cultura que divide a mulher em “vadia” e “pra casar”, que acha que mulher é um “sexo frágil”, que acha que bonito é contar quantas mulheres pegou na balada, como se elas fossem as moedinhas do troco da cerva que ELE comprou. É a cultura que aceita como justificativas “ela estava procurando”, “achei que ela tava gostando”, “ela me olhou assim ou assado, tava pedindo”. É a cultura que aceita um “ela não se cuida, não se dá ao respeito” ao invés de “ela merece respeito”. É essa cultura e muito mais.

É a cultura que vivo todo dia com medo de sair na rua e passar por qualquer grupinho de homens, principalmente de noite ou próximo de uma obra. É a cultura que me faz andar de cara fechada e ter a famosa Resting Bitch Face, para que nenhum homem ache que eu to sorrindo ou feliz porque to dando mole. É a cultura que me faz usar calça jeans no calor de 35º pra ninguem ficar me secando nem mexendo comigo.

É a cultura que me faz perguntar a todas as minhas amigas se não é muito perigoso irmos praquele lugar badalado novo na cidade, porque duas mulheres sozinhas naquela região, a gente já sabe. De carro então, tendo que andar sozinhas pro estacionamento, vish! E de ônibus? de madrugada? ai, amiga, não vai rolar. Taxi, então? mas e quem vai por ultimo e ficar sozinha com o motorista? me avisa quando chegar em casa, viu?! NÃO ESQUECE!! Cuidado. E me faz rezar para que elas cheguem logo, sãs e salvas, e não me deixa dormir enquanto eu não tiver notícias.

Mas, AINDA, isso tudo é pouco. Não é tudo, não é todo o meu dia, todos os dias.

Como disse uma postagem no facebook,

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E eu ouço muito, inclusive de homens próximos de mim, que não são todos assim. Eu sei. Mas quem é? quem não é? Eu vou pagar pra ver? não, obrigado. Nem ela vai. Nem nenhuma de nós vamos. Aí a gente tem que desenhar:

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E o pior, quem programou todo o ato foi o companheiro, ficante, namoradinho, peguete dela. Não foi qualquer um. Não foi um estranho – foram 32, diga-se de passagem. 32 + 1, um daqueles que a gente tem em volta e diz que nunca faria algo assim. O número de casos de mulheres violentadas por companheiros é gigante. Números que a sociedade mascara. Números que os homens – enquanto uma espécie de classe própria – dizem ser exagerados: e assim vendem a ideia. E assim muitos compram a ideia.

Independente das suas crenças políticas, sociais, pessoais/religiosas, você é mulher. Você é SER HUMANO, mas isso não basta. Você deveria ser respeitada independente do que é, de como é, do que gosta, usa ou acredita. Mas não é.

Resta-nos o medo. Resta-nos, ainda mais, a luta.

SCN – esporte e antirracismo

Oioioi!

Continuando nossa Semana da Consciência Negra, o terceiro post é uma reportagem sobre Peter Norman, um homem branco que, no auge de sua carreira preferiu ser rechaçado pelos seus “pares” nacionais, do que ver o preconceito e racismo continuarem tomando conta do esporte mundial.

Em 1968, o australiano Peter Norman participou das Olimpíadas de Verão na Cidade do México, representando seu país, e ficou em segundo lugar. Dividindo o pódio com ele estavam os americanos Tommie Smith (em primeiro) e John Carlos (em terceiro).

Tudo parece normal até aqui. E mesmo que eu diga que os dois americanos eram negros, espera-se que isso não faça diferença: temos vários nomes de negros vencendo competições olímpicas, principalmente de velocidade. Porém não podemos nos deixar enganar. Em 1968 o mundo ainda era hostil aos não brancos, fossem negros africanos ou “negros da terra” (povos autóctones), e vários países viviam a dicotomia dos grupos brancos no poder e a grande parte da população (pobre e marginalizada) negra.

Essa dicotomia se traduzia no movimento negro organizado em diversas instâncias, lutando por direitos, reconhecimento e igualdade.

Norman era um branco natural da Austrália, um país que tinha leis de apartheid rigorosas, quase tão rígidas como as da África do Sul. Havia tensão e protestos nas ruas da Austrália na sequência de pesadas restrições a imigração não-branca e a leis discriminatórias contra os aborígenes, algumas das quais consistiam em adopções forçadas de crianças nativas a famílias brancas. (Geledés, 26 out. 2015)

No esporte essa luta fazia parte do Projeto Olímpico para os Direitos Humanos – grupo que buscava mostrar a realidade dos atletas afro-americanos (estendendo-se à realidade do preconceito racial em todo o mundo) e combatê-la.

Smith e Carlos decidiram utilizar suas posições no pódio para protestar: descalços, simbolizando a miséria do povo negro, e com uma luva preta na mão, em apoio à causa dos Panteras Negras, os dois levantaram os braços de punhos fechados e ficaram em silêncio durante o hino nacional norte-americano.

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E o que tinha Peter Norman a ver com tudo isso? Acontece que Peter Norman não apenas dividiu o palco com os dois negros americanos, como apoiou a causa dos dois. Além da luva, do braço erguido e dos pés descalços, um detalhe chama – ou deveria chamar – atenção: eles usavam um adesivo, o adesivo do Projeto Olímpico para os Direitos Humanos. Eles TRÊS usavam.

Como forma de apoio aos colegas, que para Peter Norman não eram menos do que seres humanos como ele próprio, independente da cor da pele, ele usou também o adesivo durante sua passagem pelo pódio. Atitude essa que lhe causou muitos problemas para o resto de sua vida.

O apoio de Norman é ainda mais valoroso por não tentar protagonizar a luta dos negros. Ele não era um branco usando a simbologia própria da luta negra. Ele era um branco usando um adesivo que simbolizava seu apoio à essa luta.

A vida continua…?

Bem, Peter Norman voltou para a Austrália mas não teve o reconhecimento merecido. Nas olimpíadas de 1972 se classificou mas não foi chamado para participar da equipe australiana, sendo sumariamente excluído do esporte de competição, relegado ao esquecimento.

Na sua Austrália branqueada, resistindo à mudança, ele foi tratado como um estranho, a sua família foi proscrita e incapaz de arranjar trabalho. Trabalhou uns tempos como professor de ginástica, continuando a lutar contra as desigualdades como sindicalista e trabalhando ocasionalmente num talho. (Geledés, 26 out. 2015)

A Austrália, que, na época, vivia uma espécie de apartheid próprio, demorou até 2012 para reconhecer o valor do maior velocista de sua história, e também reconhecer a necessidade de um pedido formal de desculpas a Peter Norman, que havia morrido em 2006.

Durante anos, Norman teve a possibilidade de voltar a ser alguém para seu país: condenando publicamente seus colegas de pódio e se arrependendo do que fez. Peter Norman morreu no ostracismo ao qual seu país o relegou, sem poder seguir seus sonhos – mesmo tendo todas as qualificações possíveis – e sem receber o reconhecimento necessário e merecido.

Nas palavras de John Carlos:

“Se nós fomos espancados, Peter enfrentou um país inteiro e sofreu sozinho.” (Geledés, 26 out. 2015)

Nas palavras do próprio Peter Norman:

“Não podia ver por que razão um negro não podia beber a mesma água de uma fonte, apanhar o mesmo autocarro ou ir à mesma escola que um branco. Havia uma injustiça social contra a qual nada podia fazer a partir de onde estava, mas que detestava. Foi dito que ter partilhado a minha medalha de prata com aquele incidente no estrado da vitória diminuiu o meu desempenho. Pelo contrário. Tenho de confessar que fiquei muito orgulhoso por fazer parte dele.” (Geledés, 26 out. 2015)

Abaixo, um documentário sobre esse momento que mostrou que o esporte é muito mais do que apenas esporte, é sociedade, identidade, política, realidade.

 

Veja mais em…

O homem branco naquela fotografia, do site Geledés. 26 ou. 2015.

Hoje na História: 1968 – medalhistas olímpicos são punidos por protesto contra discriminação racial, do site OperaMundi. 17 out. 2010.

Ongoin Aboriginal Genocide and Aboriginal Ethnocide by Politically Correct Racist Apartheid Australia, por Dr. Gideon Polya. 16 fev. 2014.

“I will stand with you”: finally, an apology to Peter Norman. 12 out. 2012.